segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Primeiras aventuras

Este post é mais comprido porque tem as peripécias de 2 dias... não tivemos acesso à internet antes.

Joana e Sofia mal chegaram, já começam com as suas cenas...
Então, a começar na noite antes do voo, Joana queria imprimir os bilhetes, após fazer o check-in, mas não tinha folhas brancas... Sofia, por sua vez, estava retida em casa (por causa de uma senhora dona prima da senhoria), e tinha folhas...o que Joana pensou ser útil... até ao momento em que a Sofia diz "não tenho tinteiros".
Joana desespera por folhas, e as duas acabam com 4 bilhetes: dois que a Sofia imprimiu, que não se vê quase nada... e 2 que a Joana imprimiu no verso de umas folhas de um bloco de notas da Remicade (pessoal de Infecto, lembram-se deste bloco?!).

O início da viagem estava a correr às mil maravilhas, tirando quando chegam à segurança do aeroporto e acontecem duas coisas caricatas...
1º: o secutira vira-se para a Sofia e pede para ela tirar o casaco e.... o gorro... sim, porque ela podia ter uma arma na cabeça;
2º: Joana viu que Sofia teve de tirar o portatil para mostrar, e tirou o dela, e também a bolsa do disco externo..mas pelos vistos podemos ter armas nas bolsas do disco externo, que não há problema... não pode é ser nas bolsas de portátil e nos gorros...

Até aterrarmos em Madrid, onde fizemos escala, até nos parecer estranho estar tudo tão normal. A viagem foi super-rápida, tanto que nem desapertámos os cintos. Seja como for, Joana e Sofia esperavam que a viagem fosse de 2 horas, conforme indicava no bilhete (10h-12h), só não contavam que as 12h fossem a hora de Madrid, e não de Portugal.

Pararam para almoçar no Mac, onde ficaram muito satisfeitas por ser melhor que em Portugal (pelo menos o MacPollo lool).
Depois é que começam as peripécias... isto é, a normalidade para nós...
Vamos lá saber porquê, ficámos retidas dentro do avião durante 45 minutos, às voltinhas no aeroporto. Depois, quando o avião descolou, um senhor na fila do lado começou a roncar... coitado do senhor, que quando aterrou devia ter uma dor de pescoço terrível pela posição pouco ortodoxa em que se encontrava.
Joana e Sofia começaram a ficar com fome, e acabaram por comer uma salada de atum a meias (que mal dava para a cova de um dente), com um garfo tamanho XXS e uma colher.

Na chegada, andaram atrás do rebanho. Sofia pensou que o aeroporto até era pequeno, mas arrependeu-se disso mal virou uma das muitas esquinas e viu um corredor tamanho XXL. Depois de terem encontrado o sítio para irem buscar as malas, Sofia foi muito rápida, e Joana quis imitá-la e deu bronca... isto é... ia roubando a mala a um rapaz deveras jeitoso que estava ao lado dela (mas Joana jura que não fez isto de propósito, coisa que Sofia não acredita).

Depois de muita gente atropeladas pelas malas, Joana e Sofia vão fumar antes de entrar para o táxi, e eis que Sofia decide pedir um isqueiro a um jovem também "muito pouco" jeitoso (cof, cof) que estava ao pé de nós. Após gentilmente lhe ceder o isqueiro, o jovem começou a ficar com imenso calor (sim, porque a temperatura em Bruxelas melhorou com a nossa chegada...ou então não!), e nisto Joana e Sofia deparam-se com um rapaz de boxers em plena entrada do aeroporto... mais uma vez, nós juramos que estamos inocentes!

O táxi foi muitoooooooooo caro... mas o senhor foi simpático, e não arredou pé até estarmos dentro de casa. Contudo, não foi fácil entrar, visto que, por engano do tio da Joana, as raparigas eram esperadas apenas na segunda-feira...
A dona da casa foi super-simpática, e deixou-as entrar, recebendo as raparigas com um saco que continha algumas iguarias, e com um amigo especial: Hilaire Rondeau (um belo vinho rosé).
Ao entrarem no estúdio, depois de muita guerra com as malas (até porque as escadas têm cantos e não há luz até quarta-feira), ficaram mais animadas. Sofia, contudo, decide fazer um inspecção à casa, e com o talento de observação inerente a uma enfermeira detectou rapidamente teias de aranha... no entanto, até agora ainda as viu (mas leiam mais à frente e digam que a Joana não é amiguinha).
Apesar da fome, andaram a arrumar roupas e fazer uma limpeza inicial. Resultado: a sala tem umas prateleiras (foto em breve no facebook) que mais parecem o expositor de uma loja de roupa porque o roupeiro é demasiado pequeno (são roupas de Inverno, sim?! Ocupam espaço...).

As camas foram também uma comédia, mas desta vez Sofia não se esqueceu dos lençóis (ainda se lembram da história em casa da Joana na qual Sofia faz uma cama rapidamente sem os lençóis?).
Depois de arrumações feitas, decidem fazer um brinde. Encontram um saca rolhas que não percebem como funciona (foto também será disponibilizada em breve... depois vêem do que falamos). Joana e Sofia, como têm muita experiência em bares, julgam que já adquiriram a competência de abrir aquela garrafa com tal utensílio e que são capazes de tamanha proeza... e não é que foram mesmo?! PRIMEIRA CONCLUSÃO DE ERASMUS: Joana e Sofia estão aptas a abrir um bar. Yeeeeaaa!!!

Mas como para beber o vinho são necessários copos, as raparigas decidem lavá-los... Contudo não havia detergente e o belo do esfregão não se encontrava nas melhores condições. Qual a solução encontrada? Toalhitas desmaquilhantes! Resultado: vinho com sabor refinado garantido!

Depois disto, as raparigas estiveram a ver um filme, e depois arrastaram-se até às camas (e é uma árdua tarefa quando se tem sono... fotos serão também disponibilizadas).

No segundo dia, estavam as raparigas e arranjar-se para sair, e Joana confirma as piores suspeitas de Sofia, e vê uma  aranha na janela. Como Sofia estava distraída a esticar o cabelo, Joana pega no maço de tabaco e mata a aranha, sem dizer nada. Sofia reparou no gesto, mas não desconfiou... Afinal Joana podia estar só a limpar o pó ou a acenar a alguém na rua.

Passados uns momentos, já fora de casa, Joana e Sofia descobrem que não têm café ao pé de casa, nem têm açúcar para beber o seu café em casa. Conclusão: tiveram de ir urgentemente às compras. MAS Bruxelas ao Domingo pára... não há cafés, centros comerciais, nem super-mercados... A dona da casa, depois de lhes ter mostrado a faculdade (com a qual elas ficaram encantadas, porque até tem um café português - marca camelo - e lavandaria), levou-as a um mini-mercado em Stockel. Elas fizeram as compras, o problema foi pagar... Passando a explicar: primeiro os sacos eram poucos, e o senhor da caixa já só ria com as nossas tentativas de arrumação. Depois, quando Joana quis tirar o cartão para pagar, a carteira não abria... Maldito cartão de estágio, que impedia que o fecho progredisse. O senhor da caixa ria ainda mais, perguntou se Joana queria ajuda, e o senhor que estava atrás de nós deve ter pensado que estava no melhor lugar da fila por ser possível assistir ao espectáculo.
Depois disso, carregaram com as compras durante 3 horas em busca de um café... já vos dissemos que ao domingo Bruxelas faz greve? Pois, não encontrámos...
Lá conseguimos abrigo numa paragem de autocarro, que parecia um coreto, e era abrigada... mas não muito para o -3º que se faziam sentir, principalmente nós pés e mãos... bem como nariz. Importa dizer que até ao momento em que vimos -3º na placa da rua, não achámos Bruxelas assim tão frio... efeito psicológico é lixado!

A dona da casa vai buscá-las à hora combinada, e eis que surge uma nova aventura! Limpar a casa decentemente. Lá andámos de rabo para o ar, a limpar todos os cantinhos, e lavar todas as loiças, e tudo, e tudo, e tudo. Com isto, descobrimos que temos um shaker.. Podemos MESMO abrir um bar.

Após as limpezas feitas, surge a hora de fazer o jantar. Sofia prepara as coisas, Joana faz café, e Sofia repara que não consegue ligar os bicos do fogão, e que o número de fósforos é diminuto. Nisto, começam em busca do problema que afecta o nosso fogão, e Joana, após afastar microondas, lá descobre a torneira de segurança. Joana tenta abrir, mas tem o braço curto...Sofia chega lá, mas não consegue... Joana pega num pano, afasta o microondas da frente, e consegue solucionar... Agora...não há fósforos!
Joana olha em volta, rasga a caixa de fósforos, e conseguem acender dois dos bicos do fogão com os papel da caixa depois de lhe pegarem fogo com o isqueiro.
Para acender o forno, foi mais chato. Joana conseguiu usar um restício de fósforo, mas Sofia conseguiu, ao colocar a comida, fechar a porta com tamanha brusquidão, que o forno apagou-se... Joana e Sofia tentam acender de novo com o auxílio de um pauzinho de incenso, mas acham melhor utilizar o microondas... e correu bem.

A massa, contudo, teve um mini-precalço... Quando Sofia a estava a escorrer, queimou-se, e eis que a massa foi parar ao lava loiça... Joana e Sofia, como quem não quer a coisa, pegam em colheres, e começam a socorrer a massa novamente para dentro do tacho. Joana lava não sabe quantas vezes a massa, e como dizem que o que não mata, engorda, a massa foi o nosso belo jantar, e estava por sinal muito boa.

Por hoje esperemos que seja tudo, mas não temos certeza.

Fiquem bem. Esperemos que tenham gostado.

Joana e Sofia

sábado, 27 de novembro de 2010

Dia antes da partida

E cá estou... ansiosa como as crianças no natal... Enquanto for este tipo de ansiedade, ando eu feliz da vida...
Eu vou... e quero ir... mas ao mesmo tempo tenho muita vontade de ficar...

Au revoir :)

Joana

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quarta-feira anterior à partida

Só para dizer que quase tinha um ataque de pânico quando soube que sábado, dia da nossa chegada, se calcula que estejam entre 4º e -3º (!!!!)... Se não dermos sinais de vida até por volta das 21h, hora de Portugal, é sinal de ficámos congeladas à saída do aeroporto...

Joana

domingo, 21 de novembro de 2010

O início

Bem, penso que posso falar pelas duas quando digo que só me apercebi que realmente ia estar longe dos meus amigos e da minha família quando a professora coordenadora de Erasmus diz, numa das reuniões, "Agora é como se já estivessem em viagem". Neste momento olhei para a Sofia e pensei "what?"...
Agora está feito... não há como voltar atrás... não tenho opções... o que me assusta...
Era tudo muito mais fácil e mais bonito quando Erasmus e Bruxelas eram ainda algo distante.
Daqui a uma semana irá começar...
Daqui a uma semana já estaremos no frio de Bruxelas...
Daqui a uma semana só voltaremos a Portugal passado quase um mês...
E isso assusta-me... mas ao mesmo tempo, faz-me sentir bem.
Citando a Sofia, numa mensagem que me enviou, "estou ansiosa, contente, e assustada"... pois... é assim mesmo que eu me sinto...
Mas acho que é normal.
Aqui, como devem calcular, vão estar todas as nossas peripécias dos nossos tempos por lá.
Como sabem aqueles que nos conhecem, nunca temos histórias engraçadas para contar (cof, cof)... né?!
E como hoje não há mesmo mais nada para dizer, fiquem à espera do dia em que aterramos em Bruxelas, porque estou com o pressentimento que desde o primeiro minuto vamos ter surpresas.

Joana