sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dia 14 de Fevereiro

Sabemos que já passou quase uma semana, mas temos andado ocupadas com final de estágio e preparações para voltar a Portugal.
No dia 14 de Fevereiro, depois de ambas termos passado uma tarde a dar voltas em Bruxelas, já fartas de ver casais aos beijinhos, fomos ao nosso bar de sempre, e fomos convidadas para irmos jantar.

Joana disse que o restaurante era muito caro, ao que o dono do restaurante diz "eu pago, eu pago"... E lá fomos nós...
O que não sabíamos era o que nos esperava lá. Pedimos para ser ele a sugerir o prato, já que era ele quem ia pagar. Depois de muitos gestos para explicar em que consistia determinada refeição, lá nos decidimos por uma das opções que ele tinha sugerido.
Apesar de não querermos entradas, o senhor veio com dois pratos de ostras, seis ostras em cada um. Depois um belo bife com croquetes de batata e molho de pimenta rosa. A meio do prato principal, decidimos ir fumar um cigarro, porque já nos estávamos a sentir muito cheias.

Depois do cigarro e mais um esforço, acabámos o prato principal e... o patrão sugeriu uma sobremesa!! Uma sobremesa de gelado, deliciosa, em forma de coração, não tivesse esta sido preparada especialmente para o dia dos namorados.

Mais uns dedos de conversa, mais um cigarro, e conseguimos pedir o café. Joana, a muito custo, pede uma garrafa de água...sim, a muito custo, porque ia tudo ser pago pelo dono do restaurante, e só o prato principal era 35 euros cada um.

Conversa para aqui com o patrão, conversa para ali com um dos empregados, conversa para além com o cozinheiro quando este aparecia... e tivemos de ir beber um Martini ao bar, porque sentíamos que a melhor maneira de ir para casa era a rebolar.

Antes de virmos para casa, o dono do restaurante apareceu também no bar, e não nos deixou pagar os Martinis, por mais que a Joana fizesse ar de quem sentia que já era demais.

Já deitadas na nossa caminha, sentimo-nos satisfeitas com a noite, em que fomos tratadas como princesas, e comemos uma refeição divinal.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Dia em Bruges

O dia passado em Bruges, com os pais da Sofia, foi um dia muito cómico. Joana tinha já a sua nova máquina, pelo que as fotografias estão com boa qualidade.
O pai da Sofia aparece em várias, mesmo sem querer, e foi eleito o melhor emplastro de sempre.

Logo no início da viagem, estávamos nós muito bem instalados, vem uma senhora dizer, depois de ver o nosso bilhete, que estávamos na classe errada... tal não é a nossa atracção pela primeira classe, nem reparámos que estávamos lá sentados, e fomos recambiados para a segunda. Quer dizer, o pai da Sofia diz ter notado que estava um número 1 na carruagem, mas não quis dizer nada.

Primeiro, e porque não podíamos faltar à regra, ainda andámos durante alguns minutos em sentido contrário ao que queríamos, mas descobrimos um hospício. Agora já sabemos onde queremos ser internadas caso seja necessário, porque aquilo de facto era maravilhoso.

Chegando ao centro, ficámos todos maravilhados com a arquitectura, com as ruas, e só não achámos foi muito útil estar tudo escrito em holandês.

Andámos muito, muito, muito, e só tivemos pena de estar um dia tão ventoso, porque é uma viagem linda.

Para além de não conhecermos a língua, ficámos chocados com os preços das coisas.

Descobrimos uma cerveja típica de lá fantástica, e comemos umas batatas fritas deliciosas.

Aquela zona era linda, e não tínhamos noção da quantidade de fotografias que tirámos.

Ainda nos perdemos para voltar à estação de comboio, mas foi algo facilmente resolvido, visto que a Joana dessa vez acertou nas pessoas a quem pedir direcções (em inglês, obviamente, que de holandês não pesca nada).


The crazyness of London

E cá está o prometido post sobre a nossa viagem a Londres.

Fomos numa sexta-feira, em que tínhamos folga de estágio, e voltámos no domingo seguinte. Neste momento achamos de que devíamos ter lá ficado uma semana, visto que em dois dias vimos muita coisa, mas fartámo-nos de andar...
Quando íamos no comboio íamos ficando cada vez mais tristes porque à medida que avançávamos, o sol ia ficando para trás. Sabemos que Londres também não é famoso por ser um país solarengo, mas ainda assim tínhamos esperança que o sol não nos abandonasse.

Quando chegámos começámos logo a bater o dente. Afinal Bruxelas até pode ser uma cidade quentinha...
Lá andámos em busca do metro, e pedimos dois mapas, um para cada uma, porque sabíamos que o metro de Londres é super-confuso. Ao olharmos para os mapas, assustámo-nos durante uns segundos, mas depois prosseguimos a nossa aventura... afinal eram quase 16 horas, e tínhamos dito que chegaríamos ao hostel entre as 17 e as 18 horas... sabendo como somos orientadas, achámos por bem não perder muito tempo.

De facto chegámos a horas, apesar de ainda termos andado durante uns 10 minutos em sentido contrário e Joana ainda conseguiu a proeza de ir pedir informações a um polícia que tinha começado a trabalhar naquele dia, e que nem sequer era de Londres, e que sabia tanto como elas. 

Chegadas ao hostel, dirigiram-se de imediato à recepção,e quando a Joana entrega o seu BI a rapariga pergunta se somos brasileiras, ao que nós respondemos que somos portuguesas. Tal não é o nosso espanto e felicidade, quando ela começa a falar connosco numa língua conhecida. Ela sim, era brasileira.

Tudo começou bem, até chegarmos ao quarto, que iríamos dividir com mais 6 pessoas, e vermos que se encontrava habitado por mais três... tudo rapazes, um deles com um aspecto um tanto ou quanto psicótico, que mal abria a boca para falar (simpatia em pessoa, como podem ver, que nem sabemos de onde era), o outro era um romeno que só sorria, e também quase não falou, para além do "hello", e, por último, um rapaz da Nova Zelândia, esse sim, um rapaz simpático e normal...mas que foi embora logo na manhã seguinte.
A nossa salvação foram duas francesas que chegaram pouco depois de nós para ocupar as restantes camas do quarto.
Obviamente juntámo-nos as quatro, e fomos descobrir Londres, visto que elas também não conheciam. Elas, tal como nós, também tinham um sentido de orientação fantástico, e também andámos as quatro em sentido contrário à Tower Bridge durante alguns minutos (e elas tinham mapa).

Depois de muitas fotos (apesar da máquina fotográfica estar com uns problemas técnicos em que metade das fotos dessa noite não se podem aproveitar) fomos jantar fish and chips. As francesas voltaram ao hostel depois de jantar, e nós continuámos a nossa aventura por Londres até irmos parar a um pub que nos pareceu interessante. O pior foi que ficámos cá fora a terminar o cigarro, e dois personagens muito estranhos vieram meter conversa connosco num inglês que mal percebíamos. Uma frase de engate que ficou famosa nessa noite foi quando um deles diz para a Sofia que ela tem uma boa estrutura óssea da face. Joana, por seu lado, tentava afastar o outro personagem, muito parecido ao Austin Powers, dizendo que ela e Sofia não queriam ir ao karaoke porque não conheciam nenhum dos cantores dos que havia nas listas, e dizendo nomes de bandas alternativas que de certeza que não existiriam ali.

Entrámos no pub, e os dois sempre atrás de nós, até nós pedirmos duas Guiness (mal de nós, já vão perceber porquê, mais à frente) e eles finalmente perceberem que não íamos para o pub onde havia karaoke com eles.

Depois das Guiness, pensámos em ir para casa, mas no fim da rua um rapaz dá-nos dois tickets para bebida grátis num restaurante/bar que tinha música que nos chamou a atenção. Claro que aproveitámos,e foi o melhor que fizemos. Ao chegarmos ao balcão um rapaz começa a meter conversa connosco e paga-nos 2 vodka redbull. O patrão desse rapaz, um "cota" muito porreiro, fez de nosso guarda-costas parte da noite.  Um grupo de rapazes que tinha estado já no primeiro pub entra, e fica ao pé de nós a dançar, mas olha, olha, olha, e nenhum deles diz nada, a não ser quando se vão embora, em que um se vira para Joana e diz "goodbye" e pisca o olho... Sim, quando se vão embora é uma boa altura para meterem conversa.

Muita dança, muito riso, amizade com dois gays que lá estavam, e finalmente Joana faz amizade com um rapaz italiano que lá estava, e que descobre ser da família do dono desse restaurante/bar (só amizades importantes).

Resumindo, a primeira noite foi uma loucura, que nos fez ficar apaixonadas por Londres. Chegámos ao hostel estafadas, mas felizes da vida. Colocámos os despertadores para as 9h30 da manhã, para ainda apanharmos o pequeno-almoço que eles ofereciam até às 10horas.

De manhã acordámos cheias de força e genica, fomos tomar o pequeno-almoço, e de repente lembrámo-nos que os relógios estavam com a hora de Bruxelas... ou seja, acordámos às 8 horas e 30. Depois de sairmos do hostel fomos beber café ao famoso Starbucks, que existe em todo o lado, com medo que o café londrino não fosse do nosso agrado.

Dirigimo-nos, após essa pausa, a Waterloo, andámos imenso, pedimos informações a um varredor de rua e  a uma senhora cujo filho que aparentava ter 6 anos parecia assustado connosco, e chegámos com sucesso ao nosso destino. A máquina fotográfica começou a ter ataques novamente... daí as melhores fotos que temos serem maioritariamente à noite.

Percorremos parte de Londres a pé, desde Westminster até Oxford Street, sempre muito felizes da vida. Demos com uma manifestação, muitos polícias, muitos helicópteros, muita confusão, e muitas pessoas impedidas de entrar nas lojas porque alguns manifestantes tinham partido vidros. Foi basicamente mais uma aventura cheia de loucura nesta cidade.

Ao voltarmos para trás, onde nos íamos encontrar com algum pessoal da noite anterior, enganámo-nos no caminho, pelo que andámos o dobro. O pior foi que a Guiness começou a fazer efeito, e andámos durante duas horas à procura de uma casa-de-banho.

Perguntámos numa loja de conveniência, e a senhora deve ter achado que estávamos com um ar tão desesperado, que nos enviou para um pub ali mesmo ao lado. Aproveitámos para jantar e beber um bom vinho rosé.

Essa noite foi também bastante maluca, connosco sem paciência para aturar um dos rapazes que estava podre de bêbado, e a tentar despistá-lo. No pub do hostel, último local onde fomos para beber mais um copo, ele começou a dizer que estava cansado, e foi com um "tenho de ir levantar dinheiro" que se foi embora e nunca mais o vimos.

Na manhã seguinte acordámos novamente bem cedo, e fomos para o museu Madame Tussauds, onde tirámos imensas fotos. Antes disso, importa referir, que Joana foi pedir informações a um senhor que lhes diz "ah, pois, é por esta zona aqui" enquanto desenha um círculo com o indicador, dando-nos uma informação que já conhecíamos.

Descobrimos a loja dos Beatles, onde nos perdemos durante um grande bocado, e ainda o museu do Sherlock Holmes.

No comboio de volta a Bruxelas adormecemos, e quase nem demos pela viagem.

Foi, portanto, um fim-de-semana em grande, num lugar onde de certeza iremos voltar, mas, para a próxima, durante mais tempo.

Beijinhos,

Joana e Sofia

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Novidades e justificações

Para começar, queremos dizer que temos andado ocupadas. E não, não é só em noitadas e passeios, aqui também se trabalha (embora poucos acreditem nisso).

Faremos 3 posts, este, e dois amanhã, para não ficarem muito longos. Este primeiro será sobre mais uma noitada em Bruxelas, o 2º sobre a viagem a Londres, e o último sobre a nossa ida a Bruges.

Então, a nossa última grande noitada em Bruxelas foi passada entre risota e também alguns pedidos de auxílio da nossa parte.
Fomos ao bar do costume, onde o barman já nos conhece, e está sempre atento no caso de alguém muito chato se meter connosco. Na última noitada que lá fizemos, contudo, tal não era o trabalho, que ele não teve muito tempo para estar atento a nós.

Estávamos nós no nosso cantinho, a dançar e a beber uma jolinha, quando dois rapazes vieram falar connosco... giro foi o modo como meteram conversa connosco: "Querem vir para uma after-party no nosso hotel?"... obviamente que desatámos a rir. Dissemos que estávamos muito bem ali, e não íamos a lado nenhum, ao que eles comentam que tinham lá uma bebida desconhecida para nós e música portuguesa... isto para eles era: kuduro, nelly furtado, cidinho e doca, e mais uns quantos que não nos recordamos, mas que de música portuguesa não tinham nada. Os rapazes continuaram, e o nosso barman não nos salvava, pelo que a Joana teve de fazer um papel a dizer "SOS" para que alguém reparasse em nós.

A solução chegou rápido, vinda da mesa ao lado, por um grupo de romenos, em que uma das raparigas notou que nós estávamos já fartas deles. Contudo esse grupo também não era muito certo da cabeça, e de pouco nos serviu.

Um dos nossos conhecidos do bar, que é fotografo, e um outro que estava lá com ele, ainda vieram, perguntaram se éramos famosas, e tirou-nos fotos como se fossem para uma revista. Isso só serviu para arranjar mais confusão... eles não conseguiram tirar-nos de lá. Como a situação estava má, aproveitámos para gozar um bocadinho, e dissemos que éramos actrizes, e tinhamos entrado no filme "Eu Amo Você"... os dois rapazes olham um para o outro e perguntam "PS: I love you?". Lá lhes explicámos que não, que era português, e eles prometeram procurar-nos no youtube,

Finalmente, vindo da noite fria, surge o nosso Jean Pierre (que na realidade é Jean Christophe, mas que a Sofia insiste em chamar pelo outro nome), e ele sim salva-nos das garras do mal (que eram dois crominhos que não nos deixavam em paz).

O fotografo engana os outros dois com as bebidas, e quando estamos já animadas a conversar com o Jean C., a ensinar-lhe português, nem demos conta de eles se irem embora.

O resto da noite foi só rir com o fotógrafo e principalmente com o Jean Christophe a tentar falar português, e a dizer as maiores barbaridades que se possam imaginar.
Pelo menos agora, quando for a Portugal, ele já sabe pedir cerveja e tremoço, sardinha, e dizer que ama o Nilton.

Desta noite é tudo, amanhã escrevemos os outros dois posts :)

Beijinhos

Joana e Sofia

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Noite surreal em Bruxelas

Ora bem, aqui mais novidades sobre a nossa estadia em Bruxelas.

Ontem saímos cedo do estágio, e decidimos fazer um resto de dia perfeito para gajas... portanto começamos por ir às compras!

A caminho do metro ouvimos alguém a perguntar "qual é o teu perfume?". Joana olha para o rapaz e diz que não sabe... este vira-se para Sofia e repete a pergunta, ao que ela responde o mesmo... Não tivemos a certeza sequer a quem é que ele fez a pergunta, e a Sofia não tinha ouvido a resposta da Joana... o rapaz, coitado, é que olhou para nós e refilou qualquer coisa como: "Então usam o perfume e não sabem qual é?!".

Depois de muitas lojas percorridas, entrámos na Levi's, porque Sofia continuava em busca dos seus jeans. Nisto, um rapaz vira-se para nós e pergunta "Posso tirar-vos as medidas?", ao que nós devemos ter feito uma cara tão parva que ele desbobinou imediatamente um discurso sobre as medidas e o modelo de calças mais adequados. Como Sofia andava em busca de calças, lá deixou o rapaz tirar as medidas, enquanto Joana só conseguia rir, sendo acompanhada por outros rapazes que observavam a situação. Importa salientar que o rapaz da loja foi muito simpático e educado, e até perguntou a Sofia se ela queria saber as medidas e disse que estava "muito bem".

Ao jantar fomos a um restaurante asiático. O senhor que nos veio atender não podia ser totalmente normal, óbvio, e pareceu-nos ter um distúrbio obsessivo compulsivo com a ordem e disposição dos talhares, guardanapos, pratos, copos, garrafas...enfim...tudo o que preenchia a nossa mesa, incluindo os toalhetes de mesa, que tinham de estar super alinhados.

Depois fomos a um café muito simpático, onde toda a gente ficou a olhar para nós, e onde demoramos a ser atendidas porque aquilo é pequeno, estava quase cheio, e o empregado estava a dormir um sestinha... Quando Sofia pede os cafés, tal não era o sono do rapaz, ele pede para ela esperar, vai baixar a música, e depois pede-lhe para ela repetir. Garantimos que ele tinha umas olheiras maiores que as nossas.

Em seguida decidimos ir ao "nosso" bar (adoramos mesmo!), e tal não é o nosso espanto quando, à chegada, o barman nos reconhece (apesar de só lá termos ido duas vezes) e faz uma grande festa quando nós entramos. O resto da noite foi passado com muita risota...
Primeiro reparámos que estavam dois gajos a olhar bué, sendo que Joana diz e afirma que um deles é o John Travolta no filme Grease! Ao fim de um bocado esse Travolta começa a falar com a "quer frô" (sim, porque aqui também há mulheres que fazem isto) que depois se dirige à nossa mesa com duas rosas. Sofia tinha percebido, Joana não... o que podiam elas fazer para além de agradecer?!

Mais uns homens, um deles então, coitado, já fora do prazo por completo, capaz de provocar uma indigestão, e muitos olhares na nossa direcção... Um deles, que parecia o Shrek, contudo, não deve ter percebido que não estávamos de todo interessadas, visto que se veio despedir de nós com um beijinho (maneira belga) antes de se irem embora...note-se que nem disse "olá" nem "boa noite" nem nada. Nós, claro, mal tivemos reacção...

O Travolta, entretanto, não tinha desistido, e, quando se estava a ir embora com o amigo, disse adeus de longe, e ainda fez sinal para que nós fossemos com eles.

Ao mesmo tempo, dois homens passam para a casa de banho. Primeiro um, que olha para nós com um ar que, na sua ideia, devia ser muito sexy, e o outro entra passados apenas alguns segundos, fazendo uma cara idêntica. Nós só nos conseguimos rir... e o mais giro é que eles levaram eternidades lá dentro, fazendo-nos pensar num romance gay, e o primeiro que volta vem a abotoar as calças.

Pouco depois entram dois indivíduos que, a caminho da mesa indicada pelo barman, olham para as duas cadeira que estavam livres na nossa mesa, e só comentavam: "estão ali duas cadeiras". Quando se sentaram, um deles fez como se fosse a cair para se chegar à nossa mesa, mas ficaram sossegados no seu canto.

Estranho foram outros dois, também já um bocado fora do prazo, coitados, que vão a passar na rua, olham para nós, voltam para trás e sentam-se na mesa ao lado da nossa, completamente virados para nós. Vá lá que nem disseram nada, e foram embora após uma cerveja (que estava difícil de acabar).

Um outro homem entra, e senta-se numa cadeira no bar à nossa frente, olhando imenso na nossa direcção. Olha, suspira, passa a mão pelo cabelo, abana o casaco em jeito de quem está com calor...mas não diz nada, felizmente. Entretanto em volta dele, juntaram-se os "amigos" que tinham vindo da casa-de-banho (do romance gay) e mais uns quantos que estavam com eles no bar. O rapaz, coitado, teve de mudar de posição para nos poder ver, e foi arrastar cadeira, por-se de pé...enfim... desconfiamos que ele foi enviado para nos vigiar, tal não foi o esforço de nos manter no seu campo de visão. Mas podemos considerar que não é de todo burro, porque "se não pode vencê-los, junta-te a eles", e quando nos fomos embora já estava a conversar muito animado com os que estavam entre nós e ele.

Os da casa-de-banho não desistiram, e por várias vezes vieram meter conversa... Blá blá blá, Portugal para aqui, blá blá blá, Manneken-Pis para ali, e estão a gostar disto?, e têm um sorriso bonito!, e esta noite é para diversão!...
Joana ainda olhou para outros dois rapazes que entretanto se tinham sentado ao lado delas em busca de alguma ajuda, mas eles só olhavam... olhavam... olhavam...
Nisto um dos da casa-de-banho (o Jean Christophe, já agora) vem na nossa direcção pela não-sabemos-quantésima vez com dois bilhetes de entrada grátis numa discoteca ali próximo, que parece ser muito conhecida. Depois de muito insistirem, mantemo-nos fiéis e dissemos que se fossemos lá seria hoje ou amanhã, ontem não.

Uma amiga deles é que não pareceu achar-nos grande piada, porque quando ele disse os nossos nomes, ela fez uma nada simpática e virou-se para o seu outro amigo que vinha na nossa direcção e disse "non!". Esteja descansada, amiga, que ele não faz de todo o nosso género, e não tencionamos arruinar o seu negócio.
Quem nos veio salvar deles foi o barman, que apareceu a dançar e nos permitiu um tempo para sair dali. Note-se que o barman é nosso amigo, e manteve-nos debaixo de olho a noite toda, não fosse alguma coisa correr mal.

À saída do bar ainda houve tempo para mais dois se meterem connosco... estes dois também tinham ido à casa-de-banho antes, mas nós saímos rapidamente, nem demos tempo para mais conversa. Só conseguíamos rir, claro, porque estava a ser uma noite surreal.

Ainda passámos pela discoteca, a caminho do táxi, e o segurança disse que tinha convites para nós. Nós dissemos que já tínhamos dois, e ele responde "então serão sempre bem-vindas".

No táxi as coisas foram mais calmas... até chegarmos a um túnel onde começámos a ver os carros a diminuir a velocidade. Deparámo-nos com um grande acidente, em que o carro capotou, e o rapaz que lá ia dentro estava estendido no chão. O parvo é que os amigos estavam a tentar levantá-lo... De resto, pareceu estar muito bêbado, e pelo menos não houve mortes. Depois de uma noite a rir, com música brutal, isto deixou-nos um bocadinho em choque.

Em casa, lembrámo-nos dos bolos que tínhamos comprado à hora de almoço... felizmente estavam sãos e salvos.

E hoje à noite é noite de encontro de alunos Erasmus da nossa escola :)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Mais amigos na bagagem

e mais um bar super porreiro que nos foi apresentado.

Depois de conhecermos 2 brasileiras e 2 mexicanos, estes últimos estão a fazer Erasmus em Madrid e vieram cá passar o fim-de-semana, fomos a um bar novo com algum do pessoal da noite passada, e queremos lá ir mais vezes :)

E viva Bruxelas :p

Hoje, como somos meninas que gostam de cuidar da sua saúde, vamos daqui a nada ao ginásio pela primeira vez desde que chegámos cá.


À bientôt,

Joana e Sofia

sábado, 15 de janeiro de 2011

Finalmente um novo post

Depois de umas semanas em Portugal de férias, e de uma semana em que, depois do estágio, não nos apetecia pensar para escrevermos, aqui está um novo post com as actualizações.

A viagem correu normalmente, sem grandes percalços nem parvoíces (achamos que os senhores da TAP nos meteram em lugares separados de propósito, para não haver palhaçadas no avião). Assim, a Joana ficou ao lado de um casal de Trás-os-Montes... o homem dormia, e a mulher encavalitava-se e quase se deitava em cima da Joana para olhar pela janela, mesmo quando a única coisa que se via era um céu escuro (sim, porque viajámos de noite...imaginam que não para ver muito, né?!). A Sofia, por seu lado, tinha como companhia um casal também português que passou a viagem a jogar Scrabble.

Desta vez, à chegada ao aeroporto, não houve rapaz de boxers... até fomos muito direitinhas ter ao táxi, e já fomos nós quem deu as indicações da casa ao taxista, porque ele não conhecia bem.

O 1º dia de estágio foi pior, com a camada de sono que tínhamos. Ainda tivemos de, depois do estágio, ir às compras porque não tínhamos nada em casa, e limpar a cozinha que, devido ao incidente com a luz no nosso último dia, estava uma desgraça por não termos conseguido limpar antes de ir para Portugal.

A semana passou-se bem, entre desligar despertadores quase à porrada de manhã, e longas conversas à noite por deixarmos de ter sono quando chegava a hora de deitar... digamos que foi uma semana muito calma.

Ontem, como era sexta-feira, depois o estágio decidimos encontrar-nos para ir laurear a pevide. A Joana ainda assiste a uma cena de pancadaria entre dois gangues (coisa que lhe disseram ser normal naquela zona) e Sofia, na mesma altura, fica presa no metro, num túnel, durante 20 minutos.

Mais uma vez, foi preciso andarmos perdidas para nos encontrarmos, e depois de algumas voltas lá chegamos ao centro comercial que procurávamos, não sem antes fazer uma paragem pelas lojas que mais gostamos. Felizmente para as nossas carteiras não encontrámos nada de especial em nenhuma dessas lojas.

Depois de jantarem, ficámos um bocadinho no descanso, porque tínhamos andado bastante... quem nos mandou andarmos perdidas?!

Entramos num bar, o Delirium Tremens, muito porreiro, com música brutal, onde bebemos uma cerveja de pêssego e mel, enquanto esperávamos por um rapaz com quem nos íamos encontrar. Troca de mensagens, uma grande confusão porque afinal o bar não era aquele, apesar do nome ser parecido e o símbolo ser o mesmo (é da mesma cadeia de bares), e com Joana a entrar e sair do bar à espera de ver um rapaz de camisola de camisola vermelha a fazer sinais com as mãos, perceberam finalmente que não era, de facto, o mesmo bar.

Mais tarde, depois de andarem (novamente) perdidas em Bruxelas (já perceberam o nome do blog?!), chegaram à Grand Place e, enquanto a Joana falava ao telemóvel com o Patrick, para tentarem perceber onde é que ele estava, andamos às voltas no local. Percebemos onde ele estava quando ele decide gritar em português um "AQUI" bem alto, e olham para o lado e se deparam com três rapazes a fazer sinais com os braços.

Eles lá indicaram o lugar certo, onde já estavam mais dois amigos deles. Desistimos de tentar decorar nomes...mas achamos que hoje ainda nos lembramos de todos... E finalmente bebemos Super Bock... que saudades!
Três dos nossos amigos são de origem portuguesa, e, diga-se de passagem, fomos nós e eles quem mais festejou...só prova que os portugueses são um povo danado para a brincadeira. Passámos uma noite espectacular, e agora estamos cheias de preguiça.


Por agora é tudo, preparem-se para mais novidades,

Joana e Sofia

sábado, 18 de dezembro de 2010

Fade to Black

E cá estamos, no último dia antes de irmos de férias de Natal.
Como era de esperar, tinha de nos acontecer alguma coisa, mesmo sem sairmos de casa... sim, porque quando nós nos preparávamos para sair é que tudo começou.
Basicamente, estamos sem luz (contingências da vida...), e foi fazer malas às escuras, lavar roupa às escuras, cozinhar às escuras, vamos comer à escuras... enfim...
Só nós para estarmos numa situação destas e estarmos felizes.
Ah, Sofia continua a querer praticar para barmaid, e abriu uma garrafa de vinho (sim, porque tínhamos de ter alguma coisa para nos alegrar a noite) de uma maneira um pouco peculiar. Como a rolha não subia...acabou descer... Mas funcionou!
Hoje descobrimos também que temos uma tomada perigosa cá em casa, na qual o anterior inquilino já tinha andado a mexer, e que se encontra exactamente ao pé das nossas camas... Ainda bem que a senhoria nos avisou antecipadamente!

Por agora é tudo.
A luz não permite muita escrita.
Quando voltarmos há mais aventuras!
Fiquem atentos estes dias, não vá alguma de nós lembrar-se de mais coisas e publicar.

Beijinhos

Joana e Sofia

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Jantar pouco sossegado

Decidimos, depois de um exame de manhã e uma tarde atribulada, ir dar uma voltinha pelo centro de Bruxelas, e ir jantar fora, para comemorar, mais que não seja, o início das férias de Natal.
O restaurante escolhido pela internet era muito porreiro, ambiente relaxante, música agradável, e tinha um aspecto meio alternativo, tal como nós gostamos. Parecia ideal.

O problema eram os vizinhos do lado... nós não temos muita sorte com vizinhos, como já devem ter percebido... os indivíduos em questão, desta vez, tinham o aspecto de serem da Máfia Russa, e não paravam de olhar, e chegaram mesmo a tirar fotografias (sorte a da Joana, que estava de costa... Sofia lá tentou esconder-se como pode). Entretanto, entre muitos comportamentos estranhos que tiveram, e depois de um deles se ter ido embora e voltado passado não sabemos quanto tempo, um deles batia com a cabeça na parede ou com as luvas na mesa, e o outro abanava a cabeça... De repente, levantam-se os dois, e vão-se embora, até que, quando nós já estávamos à entrada do restaurante para irmos para o metro, apareceu novamente e entrou. De facto não percebemos o que se passava ali.

No metro encontrámos um casal que era todo "muito mel", tanto que as pessoas ao lado deles pareciam bastante incomodadas... O mais cómico deste casal foi quanto a rapariga decide pôr os óculos do filme 3D que nós calculamos que eles tinham acabado de ir ver, e o rapaz, depois de dizer que ela estava muito gira, decidiu fazer o mesmo com os dele... E lá foram, no metro, e depois no caminho para o comboio, de mãos dadas, com óculos 3D. Em Portugal diz-se que há "amor e uma cabana" em Bruxelas pelos vistos há "amor em 3D".

Pela primeira vez andámos de comboio dentro de Bruxelas. Aqui tivemos mais sorte com os vizinhos, que, pelo menos, não tinham um ar estranho, só que eram... um casal. Para além do casal, fomos acompanhadas até parte do caminho por um rapaz com um ar muito perdido, que nós adoptámos como mascote porque tinha ar de Nenuco... Acreditamos que o rapaz levou o caminho todo a pensar que estávamos a gozar com ele, mas depois das personagem d'O Padrinho que vimos no restaurante, ele pareceu-nos boa companhia. Giro, giro foi que quando, ainda na paragem, nos levantamos para entrar, e ele estava à nossa frente, mal nos aproximámos tirou a camisola, ficando com uma t-shirt apesar da fresca temperatura (3º negativos).

Bem, por hoje é tudo, porque estamos demasiado cansadas.

Beijinhos.

Joana e Sofia

White Christmas


Como podem ver pela foto, tirada hoje depois do exame de Cuidados Intensivos no caminho para casa, estamos a viver um "white christmas".
Ontem, depois de um dia de chuva torrencial até às 18h, começou, de repente, a nevar, e o resultado foi mais ou menos este. Neste momento, estamos com sol e neve, um panorama que nos era ainda desconhecido :)

Uma peripécia desta manhã:
Acordámos cedo para ir para o exame, e tomámos o pequeno-almoço nas calmas (tínhamos tempo). Como um dos autocarro não passa aqui por volta da hora a que queríamos sair, tivemos de andar um pouco mais para chegar à paragem de autocarro. Tudo muito calmo até ao momento, só a expectativa do exame.
Chegando ao metro, constatámos algo estranho... Só passavam metros do lado oposto da linha, e o nosso, nem vê-lo. Estivemos à espera durante 20 minutos, até que o bendito metro decidiu chegar. A partir da estação da escola, fomos quase a correr (a neve não dá lá muito jeito para andar, e algumas foram as vezes que ameaçámos cair) até ao gabinete da nossa professora de cá, onde foi o ponto de encontro. Esbaforidas, lá chegámos a tempo, mesmo em cima da hora, e com um valente ataque de tosse... tão grande que a própria professora nos ofereceu chá, água e café.
No final do exame, para compensar esta peripécia, ficámos a conversar com a professora sobre os estágios, e ela ofereceu um chocolate a cada uma (chocolate este desejado por nós desde a noite passada, aquando do estudo).

É tudo por agora.

Beijinhos.

Yohanna (sim, no cartão da escola é este o meu nome lol... como adoro o estrangeiro =p) e Sofia